Por uma educação do campo e para o campo
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A educação consiste num meio de profunda transformação de atitudes junto à realidade que começa a partir de cada ser humano. Nesse sentido, versar sobre o aporte educacional no século XXI constitui-se num desafio para muitos educadores, tendo em vista que o conceito ganhou novos horizontes e, com isso, novos ambientes e atores escolares também.
Conforme Edgar Morin (2001), a educação deve favorecer a aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligência geral. Tal visão pode ser melhor compreendida à luz da acepção Freiriana de que ninguém educa ninguém. O que ocorre é apenas o estímulo, pois a sensibilidade está dentro de cada um, de cada uma, e o papel da Universidade é, sobretudo, prover e promover o conhecimento para modificar a realidade.
A universidade, consiste num caminho de muitas mudanças e aquisição de novos conhecimentos, sendo estes responsáveis pela condição profissional. Daí tal processo receber diferentes desígnios. Ou seja, para àqueles que se encontram numa vida urbana, o contexto educacional se desenvolve de uma maneira mais sistemática e acessível, levando em consideração o contexto econômico, social, político e cultural.
Já a educação no campo e para o campo consiste numa reivindicação dos movimentos populares, como exigência de estudos e práticas para aprofundar uma pedagogia de respeito à cultura e a identidade dos povos do campo. O espaço rural possui uma característica dinâmica espacial deslocada do contexto urbano, haja vista as dificuldades e os desafios econômicos e de infra-estrutura, que se estabeleceram a priori como principal foco de determinação de uma boa educação no campo.
Nesse intuito, é relevante destacar que o sentido educacional no campo e para o campo possui um sentido muito mais amplo. Ou seja, a finalidade não é apenas alfabetizar e ou profissionalizar, mas usar esta ferramenta como foco para o crescimento e o emponderamento, mostrando aos educandos as possibilidades que podem ser desenvolvidas a partir do contexto local.
Dessa forma, a necessidade e a importância de formar educadores para atuarem nos assentamentos humanos de Reforma Agrária tem como premissa básica atuar diretamente na realidade que vivem, objetivando um diálogo profícuo para apreender um conhecimento científico-pedagógico capaz de construir uma educação de qualidade e atendendo o desenvolvimento da zona rural.
Portanto, em nível local, a articulação para o desenvolvimento vai se definindo a partir das propostas endógenas de desenvolvimento, principalmente no que concerne às disparidades urbano-rurais e interregionais, consistindo um desafio para os atores sociais no espaço em construção sócio-educacional que vão além da formação profissional, mas, sobretudo, o crescimento e o desenvolvimento de cada localidade.
Hoje (06/08), durante a Aula inaugural do Projeto Mova - Brasil, no assentamento Mulunguzinho. "Educação que transforma e liberta e cria possibilidades"