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DISCURSO DE POSSE NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE

Quero cumprimentar a mesa de honra dos trabalhos, dessa noite jubilosa , marcada pela passagem natalícia dos 117 anos, da Casa da Memória do Rio Grande do Norte.

Quero cumprimentar às autoridades que se fazem presentes e nos honram , abrilhantando à noite.

Inolvidáveis confrades e confreiras, meu mais sincero cumprimento.

Minhas Senhoras, meus Senhores!

Como proclamou o Rei Davi, salmodiando, assim enlevo o meu espírito:

“Então a nossa boca encheu-se de riso, e a nossa língua de cantos de alegria. Até nas outras nações se dizia: "O Senhor fez coisas grandiosas por este povo".

Embora, tenha sido designada em nome das ilustres personalidades empossadas, gostaria de com algumas breves linhas, transmitir minhas primeiras impressões acerca dessa Instituição, quando aqui, cheguei há alguns meses:

Cada degrau que compõe a escadaria da entrada do sua imponente estrutura, me fez sentir uma fase da minha vida. Tempos que eu já sentava para admirar a arquitetura do casarão dos meus avós. Eu nem sabia o porquê, todavia era tão fascinada pelo espaços barrocos e pelas pinturas nas paredes. Marcas de um tempo, sem muitos avanços. Mas, com muita criatividade e sentimentos, imbricados em cada lugar. Respirei e vivi, por alguns minutos um passado que não volta, mas que a memória pode trazer à luz o presente. E “boas lembranças são nossa segunda chance de ser feliz”, segundo a Rainha Elizabeth II.

Todavia, ao adentrar nesse espaço, com assento efetivo, logo meditei:

E nada acontece ao acaso, e se os degraus trouxeram a memória o que me faz ter esperança, logo lembrei do Patriarca Jacó. Certo dia, num caminho frente a um percurso nebuloso, onde o que parecia o fim, era apenas o começo. O rumo ao desconhecido e a insegurança natural do ser humano, foi acalentada, com uma visão de uma escada, e os degraus levavam diretamente para o céu. A partir daquele momento, sua peregrinação divinamente conduzida, teve como resultado as 12 tribos de Israel.

Com isso, me rendo aos degraus da vida e na subida de cada um, olho para os céus e vejo: o amanhã cheio de gratidão e mesmo com as incertezas , a fé tem me dado a leveza para acreditar que sempre existe um além melhor.

Contudo, com muita brevidade, as gratas surpresas no meio dos enfrentamentos da vida, nos trazem de volta ao Instituto Histórico e Geográfico. Dessa vez, bem diferente, e como já discorreu Vinicius de Morais:

“A vida não é de brincadeira, amigo. A vida é arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida.”

28 de março de 2019, é a data escolhida , para que 12 personalidades se encontrem , e sem nominar cada uma delas, já se sabe que 12 não é um número qualquer , representa sobretudo uma união aprofundada em nossos corações e também em nosso Espírito.

Afinal, numa representação de diversas coisas, temos o número do justo, do equilíbrio e da elevação total em seus imbricados e complexos aspectos, no que diz respeito ao ser humano.

E a missão dos 12, no panteão da memória é mesmo fulgurante. O reflexo de cada linha eternizada na história , faz mesmo que o prisma do tempo, mostre em sua face, cada fase da vida, cada detalhe , cada sentimento e envolvimento pela vida da memória sempre viva.

Padre Belarmino comparava o homem, que estudava e investigava, a um asceta, que meditava e orava, pois, após colher os elementos de nossa história, trazia-os para o Instituto como o sacerdote levava “a hóstia do sacrifício” para o altar , em 1897 as sábias e memoráveis palavras descrevem o quão sagrado é, ter responsabilidade com a história nossa de cada dia.

Como não há linhas suficientes para registrar a aguerrida pujança de mulheres e homens potiguares , e se aqui podemos entoar um louvor, ao Rio Grande do Norte, ficamos com José Augusto Meira Dantas quando descreve:

Terra filha de sol deslumbrante, És o peito da Pátria e de um mundo. A teus pés derramar trepidante, Vem atlante o seu canto profundo! Linda aurora que incende o teu seio, Se recama florida e sem par, Lembra uma harpa, é um salmo, um gorjeio, Uma orquestra de luz sobre o mar! Tuas noites profundas, tão belas, Enchem a alma de funda emoção, Quanto sonho na luz das estrelas, Quanto adejo no teu coração.

Afinal, é por essa terra que aqui estamos! É pela vida , sempre viva, da memória escrita do Rio Grande do Norte, que esta augusta casa peleja. Não são linhas cheias de ideiais somente, são traços de uma gente , que com 117 anos não está aqui conosco. Mas, se faz presente em cada peça, em cada documento, são as eternizações de momentos com revezes de alegria e de lamentos. Mas, é a nossa história, e dela temos orgulho!

São 12 colunas, que aqui chegam para edificar e cooperar na construção e registro da nossa história, como templários revestidos e iluminados, prontos para peregrinar e imortalizar suas ações . No combate em que as armas utilizadas, são simplesmente letras configuradas, pela inspiração divina. Para fazer dos momentos, o tempo certo dos acontecimentos, até mesmo quando as procelas estão agitando os sentimentos.

Como, a vida prepara o guerreiro e o tempo instrui para o sucesso, vou encerrar com o pensamento de Golda Meir, quando em março de 1969 assumiu o governo de Israel, e revela o que essa que vos fala gostaria de dizer :

"Muitas vezes fui acusada de conduzir as questões públicas mais com a emoção do que com a razão. Bem... e se for verdade? Aqueles que não sabem chorar com o coração tampouco sabem rir".

Meus sinceros cumprimentos,

Obrigada,


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