E, PELO MAR EU VI...
Já, se aproximava o final da tarde quando colocamos as malas no carro, despedidas aconteceram e antes de seguir, olhei para o céu: naquele momento estava limpo , o azul fulgurante, enchia os olhos de esperança. Afinal ,voar por esse lindo espaço estava bem próximo.
Percorrer os mares pelo céu é mesmo muito especial. Baluarte das meditações, extraordinário tempo para perceber o universo, seu esplendor e o imensurável palco da divina criação. Que por muitas vezes, o ser humano ocupado em seus afazeres , não consegue perceber e compreender as lições que nunca serão ditas, ensinadas e apreendidas se os olhos da alma não estiverem abertos.
O enigmático espaço de tempo na viagem, já foi suficiente para dar lugar ao céu encoberto , desvelando a grandeza que permutava o azul em suas nuances além mar. Quantos mistérios abrigados, lugares que não se veem , mas existem. É assim , que por céus e mares vamos indo e tão logo, o desembarque em terras desconhecidas , o novo sempre revela suas surpresas.
Terra à vista! O mar e o seu limite nas encostas rochosas bem em frente do nosso ponto de partida. Pensei : se não fosse esse mar, as terras amigas se abraçariam num encontro natural transversalizado pela exuberante arquitetura natural construída em suas inexplicáveis belezas, obra prima do Criador que não deixou a cópia do projeto para explicar os passos de sua constituição.
Ao tocar o solo, olho para o céu e vejo o mesmo azul e sinto: a saudosa terra do fado, sublime em sua atmosfera pujante , determinada e aguerrida é mesmo muito apaixonante. Todavia, em berço esplêndido a aquarela do Brasil encanta e canta ainda, e logo ao ouvir repentinamente Vinicius de Morais: saudades do Brasil eu tive em Portugal.