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Novos nomes já despontam para a sucessão na Reitoria da Ufersa

A professora Ludimilla Oliveira, chefe do Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais, surge como provável candidata à sucessão na Ufersa . Caso seja eleita, será a primeira mulher a assumir a reitoria da Ufersa



Com dez anos de criação e uma história anterior, que remonta à Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM), a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) se consolida como uma das principais instituições de Ensino Superior do Nordeste.


A política de interiorização, implementada pelo Governo Federal, expandiu a atuação da Ufersa com a criação de novos campus nas cidades de Caraúbas, Angicos e Pau dos Ferros. Essa mesma política de expansão desacelerou neste ano, devido aos sucessivos cortes financeiros. A construção do Campus de Assu, por exemplo, com o aguardado curso de Medicina, está atrasada.


Em meio a desafios e a uma greve que já ultrapassa dois meses, as discussões sobre a sucessão na reitoria agitam os bastidores da política interna na Ufersa. As eleições para a reitoria ocorrerão em 2016, provavelmente no primeiro semestre, e novos nomes já são projetados para entrar na disputa. Um deles é o da professora Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira, que atualmente chefia o Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais. Ludimilla concede entrevista à Gazeta:


Gazeta – Seu nome vem sendo apontado para reitoria da UFERSA. Até um blog foi criado. Como você encara esse desafio?

Ludimilla Oliveira – Nosso nome está à disposição da comunidade acadêmica, a partir do apoio de um grupo de professores, técnicos, alunos e da sociedade, como uma forma de contribuir com o crescimento, desenvolvimento da Universidade, enquanto professora da instituição, tendo em vista que nós professores(as), em algum momento da nossa vida acadêmica, temos que empreender esforços facilitadores de ações administrativas… Visamos fomentar o ensino, a pesquisa e a extensão, no âmbito de um espaço público e para o público, fundamentados em políticas de trabalho que façam uma universidade pública, gratuita e de qualidade, capaz de suscitar a ciência, a tecnologia, a inovação, a cooperação com diversos setores da sociedade e a educação para uma sociedade equânime social, cultural, política e economicamente falando.


No que se refere ao lançamento do blog, trata-se de um espaço para publicizar nosso cotidiano na academia, fruto de leituras, trabalhos publicados, trabalhos técnicos realizados. Além do nosso posicionamento crítico e reflexivo de questões que delineiam nossa conjuntura social, política, econômica, cultural e ambiental, aliás, nossa realidade, enquanto professora, pesquisadora e cidadã.


Gazeta do Oeste – Como é sua rotina de trabalho?

Ludimilla Oliveira – Sou professora na área de Administração, atuando com temas ligado à administração e o empreendedorismo, a organização de sistemas e métodos e ao direito ambiental. Temos algumas pesquisas em andamento na área de impactos ambientais, gestão urbana, gentrificação de cidades, impactos ambientais urbanos e rurais. Atualmente, sou chefe do Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais, um departamento interdisciplinar, com quase 120 professores, que possui os cursos de Direito, Administração, Ciências Contábeis, Educação do Campo, Engenharia Química, além de várias áreas do conhecimento ligadas às Ciências Sociais Aplicadas. Participamos de alguns trabalhos sociais em Conselhos da Comunidade, no Presídio Federal, na condição de vice-presidente, na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, além de termos realizado algumas ações de responsabilidade social. Estamos no CONSUNI (Conselho Universitário Superior). Nosso trabalho na UFERSA tem sido desafiado a aliar nossa atividade administrativa, com a nossa vida acadêmica, enquanto professora e pesquisadora.


Gazeta do Oeste – A possibilidade de ser a primeira mulher a se tornar reitora da UFERSA lhe envaidece ou aumenta a responsabilidade?

Ludimilla Oliveira – O desafio de enfrentar essa possibilidade, com o apoio da comunidade Ufersiana e da sociedade, aumenta a responsabilidade. Porque estar, enquanto professora, em algum momento da vida acadêmica, na condição de gestora, para mim é cumprir uma missão de compromisso contínuo. Ou seja, a dedicação com a necessidade permanente de ouvir, atender, discutir, compartilhar conhecimentos, visões de mundo e ideais para compor junto com a comunidade universitária e a sociedade, um espaço de gestão, exige um esforço e uma preparação que vai além da habilidade conceitual e técnica, mas uma habilidade humana capaz de entender, aceitar e incluir todos(as), para serem parceiros(as) na gestão universitária. É preciso ser resiliente para ser gestora, mulher, mãe de um filho com 22 anos e esposa.

“Estar, enquanto professora, em algum momento da vida acadêmica, na condição de gestora, para mim é cumprir uma missão de compromisso contínuo” (Foto: Passos Jr.)


Gazeta do Oeste – A UFERSA vem sofrendo cortes, um exemplo é o atraso nas obras para a instalação do curso de Medicina em Mossoró e Assu. Como você lidaria com esse problema?

Ludimilla Oliveira – A questão de lidar com problemas de ordem orçamentária requer, primeiramente, uma análise situacional. Inclusive, aliando a série histórica de gênese do mesmo, pois algumas situações saem do ponto de equilíbrio, não só pela falta de planejamento, tendo em vista que essa é uma ferramenta de gestão flexível… Embora estratégicas, as intempéries conjunturais podem atenuar os problemas, exemplo como esses que estamos vivendo agora. No entanto, o estabelecimento de prioridades e a análise custo – benefício na hora de decidir alguns investimentos de capital são capazes de minimizar alguns riscos, como esses que se apresentam agora na UFERSA, em que um número significativo de obras iniciou e está com dificuldade para conclusão. No que concerne ao curso de Medicina, faltou, no meu ponto de vista, uma visão da gestão, para fazer acontecer. Já tínhamos, à época da sua aprovação, uma estrutura pronta na Universidade, que pudesse ter sido utilizada. Prova disso, foi a atual solução encontrada no momento, como alternativa, pela UFERSA, para seu funcionamento ano que vem, caso venha ser aprovada pelo MEC. Já a UFRN empreendeu esforços, saiu na frente, e conseguiu concretizar a abertura do curso em Caicó. Hoje, para resolver essa situação, precisaríamos analisar as prioridades da Instituição e avaliar o impacto de uma decisão nesse sentido, para ser a mais acertada possível.


Gazeta do Oeste – Caso se torne reitora, quais são seus planos pra UFERSA?

Ludimilla Oliveira – Tudo está nas mãos de Deus. Ainda é cedo para falar assim… Mas, caso nosso nome venha ser fortalecido por esse grupo que está nos apoiando, e tudo venha a dar certo, o que posso dizer é que vamos atuar junto com a comunidade acadêmica, numa gestão participativa, inovadora, democrática, inclusiva e centrada nas políticas e diretrizes educacionais que desafiam o Ensino Superior no Brasil. Para fazer ciência e produzir tecnologias, incluindo as sociais, e cooperando com o nosso papel na sociedade.


Os planos irão ser norteados pelas diretrizes políticas que estruturam a função social da Universidade, do PNE (Plano Nacional de Educação), e do fomento a políticas de inclusão e ação afirmativas, para o rural e o urbano, do nosso semiárido.

A paridade em nada diminuiria nossas competências e contribuições. (Foto: Cedida)


Gazeta do Oeste – Você e seus apoiadores já estão trabalhando com as propostas de gestão?

Ludimilla Oliveira – O que nós estamos fazendo, enquanto professores, alunos e técnicos, é avaliando, analisando os cenários conjunturais, coisas que fazem parte do cotidiano da nossa vida acadêmica. É natural a construção crítica e reflexiva de cenários, independente de movimentação política, principalmente porque ainda não chegou o momento. No tempo certo, e em equipe, as propostas serão construídas de forma participativa, atendendo aos anseios da comunidade acadêmica, a realidade administrativa da Universidade e da sociedade.


Gazeta do Oeste – Qual sua opinião sobre o voto paritário?

Ludimilla Oliveira – É uma discussão tênue. Sou favorável, inclusive defendi no CONSUNI esse posicionamento. Respeito a opinião de meus colegas Ufersianos que não são favoráveis, e é natural a antítese conceitual em temas como esse na Universidade. A Universidade existe exatamente pela diversidade de opiniões e formações que lá estão. Mas, meu posicionamento favorável se dá pela visão que tenho da vida na Universidade. Vejam só: Os(as) alunos(as) estão no centro de todo o trabalho realizado por técnicos e professores. A Universidade existe porque com eles (as), demandamos nossos esforços com ensino, pesquisa e extensão. Apesar de uma das implicações contraditórias ser pontuada pelo tempo que eles ficam na Universidade, acredito que isso não influencia, pois, quando chegam para graduar-se, já possuem visão de mundo que permitem opinar politicamente em suas decisões, o voto aos 16 anos principia isso. Na dimensão técnica não há dúvidas da contribuição desses profissionais, em qualquer área de colaboração na Universidade que, juntamente conosco, professores(as), cooperam para fazer ensino, pesquisa e extensão. Sem contar com a qualificação desses profissionais, em sua maioria especialistas, mestres e até doutores… Para nós, professores e parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, fica para alguns o sentimento de sermos responsáveis pela formação, pela graduação desses jovens e pelo tempo que lá estamos nas atividades de ensino, pesquisa e extensão e o tempo dedicado ser maior, torna-os parte mais importante. Na minha visão Freiriana, entendo tudo isso não como um mero processo tecnicista, mas como a criação de possibilidades. Nesse sentido, a paridade em nada diminuiria nossas competências e contribuições, e a valoração da nossa dedicação exclusiva, uma vez que somos a parte que coopera com a construção da aprendizagem por meio da interação entre nossos conteúdos, pesquisas e de nossas vivências, enquanto ser humano e isso é realmente muito importante. Acredito que esse reconhecimento vem de todas as partes, para o que realizamos, como compromisso a serviço da Universidade.



*Texto e imagens extraídos na íntegra da entrevista que foi disponibilizada no site do jornal Gazeta do Oeste, através do link: http://gazetadooeste.com.br/novos-nomes-ja-despontam-para-a-sucessao-na-reitoria-da-ufersa/

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