Breve análise de conjuntura: A questão social e a nova fase capitalista
Atualmente, há uma necessidade de se repensar a questão social, pois as bases de produção sofrem profundas transformações que cercam o âmbito social, político, econômico e cultural. A globalização da economia e as políticas neoliberais tem condicionado toda uma mudança na vida das pessoas. A crise que cerca o mundo globalizado condicionou novas identidades - o ser humano já não é mais o mesmo. A interdependência, a educação e os novos conhecimentos introduziu entre os atores sociais uma manipulação de símbolos para compor a troca nas redes de informação.
A reestruturação que cerca a sociedade globalizada abrange também a vida social, tendo em vista que a Revolução da Tecnologia e a crítica da cultura convergiam para uma redefinição histórica das relações de produção, poder e experiência que envolvem à sociedade.
A transformação econômica, isto é, economia informal/global, é mais capitalista que qualquer outra fase do capitalismo, moldada atualmente pela flexibilização, competitividade, produtividade e qualidade. O processo de apropriação dos lucros, hoje, está marcado principalmente pelos mercados financeiros globais, destituindo o capital industrial e introduzindo o capital financeiro. Assim, a sociedade em rede está ocupada pelo espaço dos fluxos, das interações e por uma cultura virtual que tem provocado profundas mudanças em todos os níveis sociais.
Mas as mudanças são ainda mais complexas, visto que abrangem o social e, consequentemente, a intensificação da exclusão social, além do que tem modificado a estrutura da família com a crise do patriarcalismo. Decorrente dessas mudanças, temos novas relações de gênero e a diversidade trás a tona a nova estrutura, no que se refere à personalidade, conferindo novos desafios à vida hodierna.
Os fluxos de informação facilitaram a vida gregária. No entanto, possuem características indissociáveis, o que ocorre hoje é chamado conexão perversa, segundo Castells (2000), por parte daqueles que não estão incluídos neste processo global da vida. Assim, muitos não sobreviverão sobre o auge da tecnologia, da informação e da interação entre a NET e o SER.
Outrossim, a ação política deturpada e os seus incentivos deslocados da ação social não devem conter a mobilização da sociedade civil e de incentivos privados, no que se refere à ação e ao Bem Estar Social. Para tanto, as pessoas devem estar cada vez mais esclarecidas, conscientes e delineadas para assumirem, juntamente com as empresas, uma responsabilidade social, capaz de conter os malefícios e seqüelas da exclusão social, utilizando, dessa forma, a comunicação e a informação como alvos provedores de um futuro melhor para a humanidade.
Em síntese, a construção desse novo mundo exige de todos nós cooperação, informação e adequação a novos valores, pois a cultura está metamorfoseada e conseqüentemente nós já não somos os mesmos e as nossas identidades estão mudando de lugar, principalmente no tocante às profissões. Aliada a este contexto está à condição sine-qua-nom de desenvolvimento da população, que prevê um nível de crescimento e amadurecimento capaz de exigir novas perspectivas, junto a um contexto de exploração direta de exigência e esclarecimento de direitos e deveres.
Daí a universalização do acesso e a participação popular na construção de decisão dos processos de construção social, que configuram uma inflexão de modo predominante de produção de políticas sociais no Brasil, motivando uma cisão entre o padrão meritocrático característico do nosso sistema de proteção social e o avanço progressista para uma sociedade melhor.
"as pessoas devem estar cada vez mais esclarecidas, conscientes e delineadas para assumirem uma responsabilidade social"