Altruísmo no serviço público: é possível?
Servir à nação e fazer o melhor com dedicação e comprometimento devem ser princípios de quem está no serviço público. No entanto, as dificuldades, ora por parte das relações interpessoais, ora pelas relações de poder estabelecidas nos diferentes espaços, áreas, setores e Instituições, têm fragilizado o empenho e o compromisso não só com a execução do trabalho em si, mas com as pessoas que estão conosco.
Dois fatores podem ser evidenciados nesse sentido: a falta de reconhecimento do que se realiza e o comodismo com o que se realiza, pelo tempo que já se faz. No que concerne à falta de reconhecimento, ela pode estar ligada a problemas transversais dentro da gestão. Ou seja, sem ferramentas, sem controle, sem planejamento, sem avaliação, sem função e papéis definidos, inicia-se uma ausência de percepção do que se pode melhorar, do que se pode fazer e, mais, de quem faz e de quem pode fazer melhor. E, nestes casos, é bastante comum que a ancoragem dos problemas sobrecarregue algumas pessoas, ocasionado indisposição, falta de qualidade no que se faz, além de baixo rendimento.
Nessa perspectiva, já se desencadeia o comodismo, a falta de vontade, de estímulo para melhorar, aperfeiçoar e dedicar-se em fazer acontecer da forma mais excepcional possível. Neste caso, muitas pessoas são prejudicadas, pois o processo vai gerando etapas de depreciação da qualidade de vida no ambiente de trabalho que, por sua vez, vai promovendo, além do descontentamento, a falta de credibilidade e de anuência naquilo que o serviço público poderia oferecer de melhor.
A culpabilidade vem acompanhada da falta de estrutura, investimento, reparação do patrimônio e, sobretudo, da desvalorização da remuneração. Contudo, para qualquer ser humano que está frente à degradação do seu trabalho, seu espaço de conquista e de realização profissional poderia gestar um profundo adoecimento mental, social e físico. Afinal, a ineficiência produziria os frutos das impossibilidades, do ser inútil e incapaz de ser melhor.
Empreender é necessário. Ser altruísta, não só no campo da ética profissional, mas no âmbito da moral, é fundamental para termos servidores motivados, preparados e capazes de inovar em ações técnicas e em atitudes. Afinal, somos humanos e devemos ter espaços de vivências como seres humanos. Contribuir com as melhorias pode depender simplesmente de um bom relacionamento, das relações de comprometimento para fazer fluir os fluxos de atividades e, também, da interação necessária para o entendimento de que o outro depende de você, e você depende do outro.
Assim, vamos percebendo que somos interdependentes uns dos outros e que seremos melhores ainda quando agirmos com coerência, respeito, ética e compromisso com o público. Pois o altruísmo não é um dogma, é uma orientação que deve estar, dia a dia, nas nossas ações.
A campanha "Natal sem Fome", do Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais da Ufersa, já beneficiou o Lar da Criança Pobre de Mossoró