Consolidação nas Universidades Federais: chegou a hora
O processo de expansão das Universidades Federais por meio do Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) marcou um período de crescimento no número de vagas, de melhoria na infraestrutura, além de um significativo aumento na efetivação de servidores técnico-administrativos e docentes.
As oportunidades representaram um significativo avanço para a educação superior no Brasil. Tivemos, inclusive, a criação de novas Universidades e, com isso, a expansão trouxe o diferencial social e demográfico da inclusão educacional e, sobretudo, a possibilidade da qualificação profissional com a graduação de uma imensa parte da população, que não tinha acesso ao ensino superior.
Contudo, muitos são os desafios que foram postulados. Dentre eles, a manutenção da qualidade do ensino frente às fragilidades da gestão pública e do investimento necessário para suprir as demandas orçamentárias capazes de promover o crescimento com qualidade.
Outro ponto importante é a questão do alinhamento das Instituições com os cursos já existentes e os Planos de Desenvolvimento Institucional. Vale ressaltar que a expansão trouxe consigo o desafio da consolidação, tendo em vista o estabelecimento dos objetivos e metas pautados no Plano Nacional de Educação (PNE) e nas demais diretrizes que compõem a questão do ensino superior, interagindo nesse âmbito com a Pós-graduação.
Assim, a demarcação do processo de consolidação deve estar alicerçada no desenvolvimento regional e local. Afinal, a formação profissional qualificada precisa da cadeia produtiva para fazer parte do fortalecimento do desenvolvimento e, também, para que a Universidade seja protagonista de um público qualificado, com a formação e a tecnologia para se diferenciar no mercado e no mundo do trabalho.
Não se trata de gerencialismo nas Universidades, mas no cumprimento da sua função social propositiva e possibilitadora de inovações no campo indissociável entre Ensino, Pesquisa e Extensão.
A consolidação precisa da governança nos processos, nas ações e na gestão política dos gestores das Instituições. É fundamental que o partidarismo ceda o espaço para o bem comum e a coletividade, que precisam da Universidade como formadora cidadã no país.
É preciso planejamento estratégico e uma análise de custo-beneficio do que se faz e do que ainda se pode realizar. Não há mais espaço para o amadorismo, imediatismo e pontualismo sem continuidade. O que se deve propor é avaliar a qualidade dos serviços oferecidos e das atuais condições dadas para os servidores técnicos e docentes nesse interim.
Ainda há que se discutir o papel e a importância dos maiores protagonistas das Universidade, os alunos e alunas, frente a uma gestão participativa, estratégica e transparente, tendo em vista a fomentação da gestão pública com qualidade e abertura para se construir, conjuntamente com a comunidade acadêmica, uma Universidade consolidada e qualificada para o Brasil e para o mundo.
"Não há mais espaço para o amadorismo, imediatismo e pontualismo sem continuidade"