Diário de uma candidata a Reitora na UFERSA
Enfrentar desafios e agir como uma águia são marcas da minha personalidade. Por isso, achei muito relevante registrar a minha visão, a minha reflexão e as atitudes da comunidade acadêmica ufersiana durante os últimos trinta dias.
Alguns pontos são factíveis de relatos: primeiro, propostas são realmente importantes; segundo, a comunidade tem realmente formação social e política para escolher seus dirigentes; terceiro, o valor de cada pessoa.
Vamos ao primeiro ponto. As pessoas não estão necessariamente interessadas em propostas. De um modo geral, elas querem ver suas necessidades particulares e imediatas atendidas. Vejamos alguns exemplos: será que vou ter como reduzir minha carga de trabalho? Vou poder chegar mais tarde? Quanto de extra vou ganhar nos próximos quatro anos? Será que minha remoção vai sair? E minha redistribuição, como vai ficar? Que cargo eu vou ocupar? Enfim, são essas e outras particularidades que definem melhor opção. É a solução para estas perguntas que atrai muitos adeptos e seguidores. Claro que nem todas as pessoas são iguais e parte delas admite refletir com seriedade e querem rediscutir a universidade com transparência, governança e responsabilidade.
Segundo ponto: a formação social e política é muito pequena, a ponto de você ver cenas, no dia da consulta, de um povo marcado, separado por cores e direcionado por pessoas. Você conseguia ouvir: “e agora? Fulano não veio, vamos ligar, vamos buscar”. Ainda foi possível ver que câmeras, a todo momento, registravam o cenário (lamento que não tenham sido registradas cenas de pessoas sendo “presenteadas” com botons) e com a hora previamente marcada para se resolver sabe o que? Sim, isso mesmo... Cada um tire suas conclusões. A persuasão clara de uns, que não eram poucos, para com cidadãos e cidadãs, a mercê de uma tapinha no ombro e de uma expressão nítida: “conto com você”.
Terceiro: quanto vale? O que eu posso te oferecer? Cargos cresceram em função exponencial na UFERSA e olhe que só se fala numa crise política externa. Dentro da Instituição, o que podemos dizer? Que conclusões podemos tirar para os próximos quatro anos? Talvez eu não tenha entendido que estava mesmo tudo bem, maravilhoso, eu vi errado e realmente vai tudo no controle de uma crise financeira, e não administrativa, de governança.
Por fim, lamento o desprezo com a causa pública e o descaso com a essência do ser humano. Quando tudo o que se quer é o poder, o ser, e nada de fazer. Vamos adiante, afinal, o diário ainda tem muita coisa para registrar nos próximos quatro anos. Talvez eu veja flores... Em você!
Finalizei o percurso e guardei minha fé. Vamos seguir com a moral, a ética, a cabeça erguida e o sono tranquilo, que não tem preço. Fizemos a coisa certa, seguido o caminho do bem e da paz.