DISCURSO PROFERIDO NA NOITE DE 29 DE JULHO DE 2016, PELA POSSE NA ACADEMIA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
Exmo. Sr. Presidente da Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró – ACJUS, Dr. Wellington Barreto, em nome do qual cumprimento as autoridades que compõe a mesa.
Cumprimento os nossos pais e familiares,
Caros confrades e caras confreiras,
Amigos e amigas, demais convidados,
Meus senhores, minhas senhoras.
Boa noite!
Numa noite de notabilíssima honra, promovida por esta egrégia Instituição, venho proferir um discurso de altíssima responsabilidade.
Um ato de coragem! Todavia, “A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras,” conforme o grande filósofo grego Aristóteles.
O cenário ilustre, congregado pelas iminentes personalidades nas letras , nas artes e na ciência me faz lembrar de Atenas, cidade grega , em sua memorável monumentalidade e na essência viva de uma ciência, que emanava inclusive na espacial ortogonalização da polis ali construída.
Esta que vos fala, pode dizer que sente – se como São Paulo no areópago ateniense. O sentimento não é de inquietude frente ao misto presente do intelecto e das convicções aqui existentes. Mas, pelo baluarte que a academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró – ACJUS é, e em sua tribuna trás consigo similitudes, com um espaço memorável, o qual se reunia o Senado e a mais importante academia ateniense onde os areopagitas sentavam como juízes para refletir, discutir, decidir e julgar. O que me leva a fazer uma alusão a esta corte seleta e especial para Mossoró.
“A pluralidade é a condição da ação humana pelo fato de sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha existido, exista ou venha a existir.” Nos dizeres de Hannah Arendt, a grande teórica do inconformismo e da liberdade, em tempo que somos todos e todas humanos e humanas, mas nossa beleza está nas nossas diferenças.
É na vicissitude da pluralidade e no respeito a cada um dos Senhores e Senhoras, que não preciso para começar agradecendo , ao Autor da Ciência e da sabedoria , chama-lo, como fez São Paulo, por sua passagem no areópago, descrito no livro de Atos dos Apóstolos , de um DEUS DESCONHECIDO, porque Ele nós conhecemos pela sua divindade e soberania.
”Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”. Escreveu São Paulo na carta aos Romanos.
À Deus, damos glória pelo sublime momento.
Escreveu o renomado palestrante e de uma história de vida comovente, Megido: “Guerreiros não nascem prontos”. Todavia, nesta noite eu vos apresento e tenho a honra de falar em nome de guerreiros prontos e vencedores. De personalidades humanas de destaque na vida , na ciência, nas artes, na cultura e no labor diário. Ademais, precedidos no lastro de patronos e patronesses, que deixaram marcas e contribuições pela notória passagem na vida, que esta que vos fala, não tem todas as palavras para descrever o profícuo elogio que cada um é digno. Mas, que passam a ser agentes imortais da “Batalha da Cultura”, que teve sua gênese em 1948 no “País de Mossoró”, sob o comando do imortal Jerônimo Vingt Un Rosado Maia.
As personalidades de quem remonto são: MARIA AUXILIADORA TENÓRIO PINTO DE AZEVEDO ocupante da cadeira 35 – e tem como Patronesse: MARIA GOMES DE OLIVEIRA, JANE WEYNE FERREIRA DE MENEZES ocupante da cadeira 36 e tem como Patrono: IVO LOPES DE OLVIEIRA, LUDIMILLA CARVALHO SERAFIM DE OLIVEIRA que tem a honra de ocupar a cadeira 37 do Patrono: JERÔNIMO VINGT UN ROSADO MAIA, VANDA MARIA JACINTO ocupante da cadeira 38 e tem como Patronesse: AMÉLIA DANTAS DE SOUZA MELO GALVÃO, FRANCISCO CANINDÉ MAIA ocupante da cadeira 39 e tem como Patrono: JERÔNIMO DIX SEPT ROSADO MAIA e SÉRGIO FERNANDES COELHO ocupante da cadeira 40 e tem como Patrono: ABEL FREIRE COELHO.
Como, "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis...". Assim, escreveu o grande poeta Fernando Pessoa, e nas suas palavras, registro o meu sentimento de alegria fortuita e duradoura, a qual, guardarei na minhas memórias, a pujança dessa sessão solene. Pois, comungo com o filósofo grego Platão , quando escreveu, “Os olhos do espírito só começam a ser penetrantes quando os do corpo principiam a enfraquecer”.
Doravante, o porvir aqui oportunizado para nós, confrades e confreiras, de adentrarmos no convívio ímpar e singular de uma corte tão nobre e já constitutiva de uma precursora história nas artes, na cultura e na ciência, que é a ACJUS, nos faz vibrar e alargar nossa vontade de fazer mais, de lutar mais, de construir mais, de trabalhar mais ,e de ser bem mais, para fazer juz a condição sine qua non, de aqui ocuparmos tão brilhantes espaços; Cadeiras alicerçadas na mais alta estirpe de mentes iluminadas.
O limiar dessa caminhada inspirada pela imortalidade, nesse sublime momento a nós conferida, nos deixa mais fortes, responsáveis, e sobretudo, comprometidos com o Estatuto dessa egrégia Instituição, o qual, honraremos e cumpriremos frente a proeminência do ambiente acadêmico, artístico, cultural deste cenáculo.
No limbo desse memorável labor temos a imortalidade, nas palavras do grande filósofo Sócrates “A vida sem ciência é uma espécie de morte e ainda citando as sábias palavras do Papa João Paulo II,"Sabei também vós, queridos amigos, que esta missão não é fácil. E que pode tornar-se até mesmo impossível, se contardes apenas com vós mesmos. Mas «o que é impossível para os homens, é possível para Deus» (Lc 18,27; 1,37)."
E por falar em coisas difíceis, a indescritível experiência de atravessar o continente e conhecer outras nações, me trás a lembrança o Memorial Fogo Eterno, na cidade de Kursk Rússia. O qual , tive a grata oportunidade de ver, de sentir e de me emocionar, no cenário fúnebre, de guerreiros que partiram no meio da luta, de guerreiros fortes, e fucralmente edificados nos seus ideais, nos seus sonhos, nas suas conquistas.
Mas, que lá estão representando, a memória viva, de um passado que não apagou as suas marcas durante a II guerra mundial. E que, fortaleceu a sua identidade histórica , e nos recebe no pórtico de entrada com a seguinte mensagem e lição de vida:“ NINGUÉM SERÁ ESQUECIDO”, o autor é desconhecido.
Confesso aos Senhores e Senhoras, que aquele ambiente, vai muito além do que aqui chamamos imortalidade da alma, ele nos deixa no limiar da vida, das ações, das atitudes, do que somos e do poderíamos ser ,acreditando na realização dos nossos sonhos e com motivação para fazer acontecer.
Uma criança judia, nos deixa uma reflexão acerca imortalidade que , a meu ver, transcende o nosso tempo de vida. “Quando escrevo, sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta. Mas pergunto-me: escreverei alguma vez alguma coisa de importância? Virei a ser jornalista ou escritora? Espero que sim, espero-o de todo o meu coração! Ao escrever sei esclarecer tudo, os meus pensamentos, os meus ideais, as minhas fantasias. “ Anne Frank, na sua sutil inocência e no debruçar-se de corpo e alma, em dias embora difíceis, jamais imaginava do alcance de seus registros, relatos de amor e sofrimento, uma menina mulher além do seu tempo.
Ilustres confrades e confreiras e nobre assembleia aqui reunida, “Se eu pudesse deixar algum presente à vocês, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo a fora. Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito aquilo que é indispensável. Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”, sendo meu o desejo das profundas palavras de Mahatma Gandhi, nossa referência na luta pela paz e não violência.
29 de julho de 2016, é uma inolvidável data em nossas vidas. Transversaliza nossos sentimentos, e ficará eternizada em nossa memória , o brilhantismo contagiante, das mentes iluminadas da cultura mossoroense e de cada um vocês que aqui se faz presente.
Deixo a tribuna lenitiva, agradecendo a Deus, que até aqui me sustentou, agradecendo a nobre corte de confrades e confreiras que compõe a ACJUS e nos elegeu para compor tão importante espaço, as ilustres autoridades, aos nossos queridos pais e mães, familiares, amigos, meus senhores , minhas senhoras, que a graça de Deus nos abençoe.
Aqui encerro minhas palavras:
“Não sou nada; sou apenas um instrumento, um pequeno lápis nas mãos do Senhor, com o qual Ele escreve aquilo que deseja. Por mais imperfeitos que sejamos, Ele escreve magnificamente.”Madre Teresa de Calcutá.