Discurso de abertura do I SEMINÁRIO SOBRE JUSTIÇA, CIDADANIA E SISTEMA PRISIONAL. Quem está livre?

Quero cumprimentar a mesa de honra, desse evento, em nome daqueles , que aqui não se encontram, mas é deles e sobre eles o motivo de aqui nos reunirmos, numa manhã de 16 de novembro de 2016, em terras Ufersianas. Refiro – me, aos que por trás das grades se encontram e compõem o sistema prisional. Autoridades aqui presentes, meus Senhores , minhas Senhoras ,bom dia!

“O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado.”, escreveu o grande filósofo Rosseau, em seu inolvidável pensamento, fecundo, e propício a seu tempo, posso dizer que além do seu tempo. O mesmo, eternizou em poucas palavras a certeza, que a liberdade está muito além das grades, e cada ser em si, sabe ao certo a sua prisão. Quiçá Deus nos torne livres! E Bob Marley, nos deixa também uma lição:” “É melhor morrer lutando pela liberdade, do que ser um prisioneiro pelo resto da vida.”

Prisão, vem do Latim prensio, encurtamento de prehensio, do verbo prehendere, “agarrar, prender”, assim a nossa prisão está diretamente atrelada ao que nos agarramos, ao que nos deixa aprisionado. E quantas vezes não já dissemos : não posso ir ou vir estou preso por tal motivação, por qual motivo, enfim, cada um sabe da sua situação.

“A liberdade jamais é dada pelo opressor ela tem que ser conquistada pelo oprimido.” Martin Luther King, nos anais da história, de forma iluminada e divina, registrou a tese da prisão de cada ser, e o caminho para a liberdade. Destarte, as grades fossem a única forma de prisão!

Conforme João Paulo II, “A paz exige quatro condições essenciais: verdade, justiça, amor e liberdade.”, As condições apresentadas, são fortes fundamentos, do alicerce da edificação humana. Arquitetura, está , que o delinear das curvas, a harmonia das cores, o conforto e todo o embelezamento estrategicamente pensado não seria suficiente , se o pilar do amor não fosse a coluna fulcral para sustentar a humanidade.

Não precisamos aqui, levantar teses e delas discorrermos em delongas, discursos para cada um dos Senhores e Senhoras. Mas, “ Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça.” São Paulo deixa esse recado em Éfeso, e ainda citando, o mesmo, referindo –me a não acepção, mas ao Deus que é a própria justiça , encerro , minhas palavras, dizendo como me sinto, com a missão de visitar as prisões:” Pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar”.