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Academias e Universidades: eis a questão...

“A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança; é, sobretudo, o maior elemento de estabilidade das instituições”. É com essa célebre expressão do inolvidável, Rui Barbosa, que começo minha insipiente reflexão acerca do nascimento das academias no Brasil e sua relação com as Universidades.



Nos idos de 1800, havia uma elite intelectual, pensante e desejosa, de notório reconhecimento e privilégios na sociedade.


A sapiência dos nobres e inolvidáveis personalidades, trazia consigo, o gene responsável, pelo nascimento das academias de ciências, ilustres nas letras, no Brasil, com inspiração na iluminada Academia Francesa.


A arte das letras, trouxeram benesses, mas também conflitos. Tais, sobretudo referente à seleção dos nobres que iriam a priori fazer parte desse espaço de destaque e luz acadêmica.


“Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança”, o mesmo Rui Barbosa eternizou em linhas a epigrafe, deixando para nós muito claro , a importância das diferenças na hora de construir conhecimentos.


A agremiação dos célebres literatos, na verdade, queria uma instituição autônoma, independente, livre, porém segregadora. Mas, o anseio por tal realização, permeou a construção de caminhos opostos ao grupo de Universitários e pesquisadores. Já que, nesse ínterim a disposição para graduar profissões, dependia e depende até hoje, do apoio e da sustentabilidade social e financeira das instâncias governamentais.


A encenação da imortalidade conferida, e a entrada triunfal nas academias, sempre foram conduzidas, por brilhantes discursos, memoráveis textos, longe da politização e das ideologias alienantes. Mas, afinados com o saber, a ciência , a arte e a cultura. Isto é, autênticas e determinadas como Instituição autônoma e livre no pensar , assim como no seu baluarte de sustentação econômica.


Com o passar dos anos, as academias se fortaleceram, mesmo ainda passando por dificuldades, inclusive no reconhecimento de suas atividades literárias e culturais. Hoje, o caminhar de mãos dadas com as Universidades está mais próxima.


Acredita-se, que é possível o diálogo com liberdade de ideologias para ambas, e no que concerne, as contribuições poderiam ser parceiras fundamentadoras da ciência e propulsoras do saber . Alicerçando nessa perspectiva, a ciência, o saber empírico, a cultura , a arte e o mais importante a união dos saberes e a interlocução em prol de uma sociedade melhor.


Pois, "a harmonia se consegue através da virtude", escreveu o sábio Platão , e com o mesmo podemos concluir que, "a educação deve possibilitar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza que podem ter".


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