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A intrepidez altruísta de Martin Luther King

Há quem diga, que as palavras tem poder, e pelo visto tem mesmo. O jovem idealista e Pastor Martin Luther King, foi desafiado pela sua vocação natural, a oratória. Sua vida, demarcada pelos conflitos preconceituosos em relação a cor da pele , aliaram a sua determinação altruísta, força de vontade e a coragem a uma das armas mais poderosas, a perseverança.


Em busca de uma vida pacífica, lidou com as dificuldades almejando a não violência e foi Mahatma Gandhi, uma grande inspiração em suas ações, ou melhor, na sua metodologia de atuação direta com os problemas, a comunidade e seus anseios. Apesar de defender seus ideias, a paz , sempre foi a premissa maior. Sua formação cristã tem impacto direto nesse caso. Mas , a sua defesa em prol dos direitos civis serviram para lecionar, por meio da arte do fazer acontecer, o que é ser um cidadão de verdade.


Na visão de King, “todas as pessoas estão presas numa mesma teia inescapável de mutualidades, entrelaçadas num único tecido do destino. O que quer que afete um diretamente, afeta a todos indiretamente. Eu nunca posso ser o que deveria ser até que você seja o que deve ser. E você nunca poderá ser o que deve ser até eu seja o que devo ser”. Tal premissa, mostra a nobreza indubitável da humanidade do guerreiro. A celeridade da luta consistia, principalmente pela sua preocupação com o próximo e consigo mesmo. Perceber o entrelaçamento e o encadeamento dessa rede, consistia prioritariamente ter a certeza, que King gostaria de ver no outro, o que queriam que visse nele. Além disso, a consciência do reflexo das ações de cada ser e sua responsabilidade real na lei da semeadura, durante a vida.


O seu grito de guerra, teve início num episódio que durou quase um ano em Montgomery, o qual termina já com sua primeira grande vitória. A discriminação das pessoas negras, em não poderem ocupar qualquer tipo de assento nos ônibus, foi o ponto crucial de sua luta. A oportunidade que a vida lhe deu, de revelar no convívio com a humanidade, o guerreiro forte e audaz que existia dentro si. Nada de religiosidade, pelo que observamos em sua história de vida, as doutrinas de sua vida foram o bem, e o amor ao próximo. Incluir por meio da parcimônia e do diálogo, eram seu dialeto.


“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”, por meio dessa assertiva, King nos presenteia nos orientando verdadeiramente a agir no meio das dificuldades. Ou seja, a confiança, a fé, a tranquilidade como características fundamentais para vencer os obstáculos e o mesmo completa dizendo: “O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício.”


A força propulsora de seus discursos não só movia o sentimento das pessoas para adentrarem no limbo da luta civil por direitos. Mas sobretudo, alimentava a esperança em tempos de enfrentamento. Pois, só crescia a motivação pelos ideais de igualdade, liberdade e dignidade. Tudo isso , porque o líder apregoava que, ”a liberdade jamais é dada pelo opressor, ela tem que ser conquistada pelo oprimido. ”As lições foram apreendidas e a cada nova batalha o fortalecimento de cada ser humano. Não era tempo de falar de empoderamento, mas em seu último discurso estava delineado em suas emotivas palavras acerca de seus sonhos:


“Eu tenho um sonho em que um dia cada pessoa irá cuidar apenas da sua própria vida”.


As adversidades, trouxeram para King inúmeras convicções e dentre elas, está a certeza, que teria que viver muito bem, o tempo divinamente, que lhe foi concedido aqui na terra. As perseguições, ou melhor, as agruras da vida de um gigante negro e lutador imerso no marasmo de brancos efêmeros, e egoísta , encurtaram seus dias de vida. Todavia, a certeza foi proferida pelo mesmo claramente acerca de sua missão.


“Eu guardei muitas coisas em minhas mãos, e perdi todas; mas todas que coloquei nas mãos de Deus, essas eu ainda possuo”. O mesmo, era ciente da Soberania do Criador e por isso era incisivo, destemido, e ávido nas palavras e nas ações. Ao final, temos da sua parte ainda uma lição “O que vale não é o quanto se vive... mas como se vive...”e, ainda, parafraseando a sabedoria, de King temos: “O amor é a única força capaz de transformar um inimigo em amigo.







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