O lendário ,espaço arquitetônico, das cidades.
Passando pelas ruas históricas da capital eslovaca, Bratislava, em pleno inverno de 2018 , comecei a contemplar o sentido de alguns lugares e os sentimentos alicerçados nos olhares fulgurantes do povo do lugar e dos turistas, que admirados contemplam verdadeiros palácios.
O que me faz escrever essas linhas, não é a beleza aparente de cada edifício. Alguns, há algumas centenas de anos construídos. Até porque , dessa beleza sinuosa, suntuosa e figurante lendária de épocas, já vividas, muita gente já falou.
Quero adentrar, além das portas e contemplar das janelas , pois , acredito que desses locais teríamos não somente a visão, mas sobretudo o sentimento inusitado e até curioso de como e o que se vive além das fachadas que ostentam a história e a memória de um lugar.
Seriam, esses espaços o cenário da mesma beleza ostentada de fora, ou será que teríamos surpresas e veríamos as mesmas agruras que qualquer abrigo para se viver tem...Sempre penso nisso! Apesar de admirar e gostar do embelezamento dos espaços e das condições, por vezes , agradáveis que os mesmos oferecem. Assim como, tenho clareza que essa beleza vem de todo lugar organizado com amor, com cuidado. Tenho visto, pelas minhas andanças, que lugares simples, podem trazer a mesma felicidade, ou melhor, a felicidade deve está primeiro em nós.
Algumas luzes acesas, fornecem à visão sumária do lugar. Que vontade de passar pelas portas fortalecidas pelo tempo e claramente mostrando a divisão, entre os que podem passar ou não.
Sabe, eu fico mesmo é imaginando, como deve ser viver o hoje, metamorfoseado no passado. Chego a imaginar, que não podemos viver outras vidas e que viver a nossa é muito melhor. Todavia, vem à tona o sentimento da ingratidão com os que passaram por aqui. Lembrar deles é ter na memória a sua crucial importância, o que foi semeado, e nada se sucumbiu , apenas mudou a época de sua existência.
Em alguns momentos apenas fiquei a imaginar como seria e qual o sentido de se observar tanto a estrutura de fora e de nada saber como se vai por dentro. Mas, um dia aqui, eu fui num restaurante que tem a alma bem antiga, mas a vida é bem moderna.
E , vou contar um fato: observei as paredes, suas dimensões, decoração , enfim até ai tudo bem. Mas, quando pedi para ir ao banheiro, fiz uma leitura: o subsolo, local utilizado para refúgio em tempos de agonia, onde aos sons das buzinas muitos correram para aquele local seguro. Hoje, é lugar livre que após umas boas taças de vinho, uma boa música, conversa, entretenimento, você pode caminhar livre e viver o momento: afinal a lenda que se vive, hoje na cidade , é outra!