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De olhos marejados, tive que seguir...

Eram por volta das sete horas e quarenta minutos da manhã que o táxi , já aguardava. O destino final após quarenta dias no velho continente, em pleno inverno, era voltar para casa. Entramos no carro e o silêncio foi um forte aliado, já que falar não era melhor coisa quando o assunto é despedida.


Apesar de tantos dias naquela cidade, encantada aos meus olhos, nunca tinha saído naquele horário e puder ver nos últimos momentos as idas e vindas do começo do dia. Muitas coisas me fizeram recordar os momentos ali vivenciados, e dentre elas o convívio , as relações pacificas e harmoniosas , refletidas até pelos cães que encontramos nas ruas.


O nome disso é amor. Nada de discursos ideológicos acerca de segurança, educação e os demais jargões. Mas sim, o amor.


A família sempre junta em todos os lugares e nada de deixar as crianças. Percebi que as crianças traziam ao cenário do cotidiano de cada dia a diferença: correndo, brincando e se divertindo, interagindo com um sorriso leve e descontraído para uma estrangeira além mar.


Isso deixa marcas, na caixa de lembranças, que as linhas aqui escritas não são capazes de descrever: o sentimento de sentir o vento no rosto e a liberdade de caminhar na simplicidade da vida, passando pelas escadarias do caminho sem vontade de terminar, ou melhor , a intensidade da vida com paz, nos traz a imersão num mundo que a correria desvairada pelo sucesso, nunca vai conseguir traduzir.


Os encantos, nos cantos do passado e do presente, a todo tempo não faz esquecer de ninguém . Impossível, não se emocionar com os cânticos vindos da rua , com a inebriante vontade dos artistas que muito além de ganhar um pouco, almejam pelo menos por alguns instantes, fazer o desconhecido sorrir, cantar e até dançar.


O valor das coisas na cidade dividida por um Castelo forte e belo, podendo ser visto de vários lugares , nos faz entender que depende do ângulo que se vê e sobretudo de como se faz sentir as memórias e as histórias.


Sabe, eu queria mesmo era dizer:


Bratislava, pequena e grande, esconde com charme o liame do caminho, que nos leva a leveza da vida e da felicidade. E revela , dentre tantas coisas: que viver e amar, é realizar os sonhos desvelados nas veredas do destino, que só numa viagem podem se realizar!


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