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Quando o ambiente, se transforma no meio...narrativa autobiográfica

Eu era criança , mas lembro que até os oito anos de idade, minha passagem e morada na cidade de Piracuruca no Piauí foi o primeiro cenário inspirador para eu contemplar a natureza. Algumas idas ao Parque Nacional de Sete Cidades foram suficientes para trazer à memória, não só a contemplação, mas o despertar pela natureza e suas interfaces. Se isso, não fosse o suficiente , já criança o olhar apaixonado pela arquitetura barroca da casa de meus avós, me fez buscar fontes de deleite nessa área.


Não há espaço nesse recorte para detalhes biográficos. Todavia, atentarei para o seguinte relato:


Eu estava numa aula do curso de Serviço Social e a Prof. Ivonete Soares , trás para a discussão um texto do autor Clóvis Cavalcante. Confesso que a partir daquele dia , tudo mudou. E minhas idas e vindas a Fazenda Benfica em Governador Dix Sept Rosado, não foram mais iguais.


Pois, passei a ver o meio que eu convivia, seus problemas, suas dificuldades e o calor escaldante das caieiras acabaram servindo de inspiração. O povo e a sua luta diária na retirada de lenha conduziram meu olhar acadêmico para uma pesquisa e logo depois num curso de mestrado.


Sabe , o que tinha tudo para ser o fim da minha carreira acadêmica foi o meio condutor para a porta das minhas maiores oportunidades.


Comecei o mestrado e mais uma vez, como estudante atenta e dedicada, algo acontece na aula e marca minha trajetória de vida: uma reflexão da Professora Taniamá Vieira sobre a passagem do Profeta Isaías no Cap. 40 ...” os que confiam no Senhor voarão com asas como águias...” guardei aquela palavra. Ela está comigo até hoje!


As aulas de campo fizeram toda a diferença. E caatinga não foi somente percebida, mas apreendida com as inúmeras lições de vida do Professor Benedito Vasconcelos Mendes. O meio, é um ambiente importante na hora de se conquistar , de aprender e de autoreconhecer. Afinal, a trajetória percorrida nunca foi simples, fácil e rápida.


E o resultado não podia ser diferente: o olhar da águia para o rosado da caatinga, foi o meu primeiro livro. Em seu título procurei colocar tudo que vivenciei, já que a dimensão técnica, após todo um contexto é apenas um detalhe.


O ingresso no doutorado, também veio com um ambiente de nostalgia. As lembranças encantadas de uma casa grande, com teto pintado a mão e colunas delineadas sempre foram minha inspiração. E concluir um doutorado em Arquitetura e Urbanismo, com trinta e três meses , com muito amor vivi todos os dias de labuta estudando.


Comecei como aluna e conclui professora de uma Universidade Federal. O resultado mostrou que : de repente tudo mudou de lugar! Meu segundo livro nasceu nesse diapasão. O que era contraditório cooperou para uma conquista.


As lições, do ambiente, do meio ambiente, trouxeram para mim todas as realizações. Acredito que, o diferencial está no amor , na perseverança, na determinação para seguir e acima de tudo , é preciso ter fé.


O meio pode até ser favorável, mas ele só se transformará em ambiente próspero, quando a resplandecente luz te guiar e as asas da ciência forem asas dadas pelo exímio Arquiteto do Universo. Com ele, os desenhos não apenas são perfeitos, todavia eles se transformam em realidade.





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